Creatina: incrível, mas nem sempre indicada. O poder está no contexto.
- Dra. Joana Pinheiro
- 28 de out.
- 2 min de leitura

A creatina é, sem dúvida, um dos suplementos mais estudados e seguros que existem.
É amplamente utilizada para melhorar a força muscular, aumentar energia e até apoiar a função cerebral — benefícios reconhecidos e validados pela ciência.
Mas há algo que raramente se discute:
A segurança de um suplemento não o torna automaticamente adequado para todas as pessoas, nem em todos os momentos.
A creatina é ótima — mas depende do terreno
Em corpos saudáveis, com metabolismo equilibrado e boa função renal, a creatina pode ser uma aliada poderoso. No entanto, quando há órgãos sob stress — como rins, fígado ou hormonas desreguladas — adicionar mais um elemento ao sistema pode gerar o efeito contrário: sobrecarga e confusão metabólica. E é aqui que entra o ponto central: a creatina não é o problema. O problema é o contexto.
O papel da personalização na suplementação
Na prática clínica, vejo com frequência o entusiasmo em “testar o suplemento da moda” sem uma avaliação prévia. Porém, é ao ouvir a história clínica e observar os marcadores certos nas análises que se tomam decisões sensatas. É assim que garantimos que o suplemento certo é usado no momento certo, pela pessoa certa, na dose certa.
Personalizar não é restringir — é empoderar. É compreender que o corpo fala, e que cada organismo tem o seu próprio ritmo e necessidades (que podem ser diferentes em alturas diferentes da vida).
Então, quem deve ter cautela com a creatina?
De forma geral, é importante avaliar o contexto individual em casos como:
Alterações renais ou fígado sob stress;
Desequilíbrios hormonais (ex: endometriose, SOP, hipotireoidismo);
Retenção de líquidos persistente;
Uso simultâneo de múltiplos suplementos ou medicação.
Nestes casos, não significa que a creatina esteja “proibida”, mas sim que deve ser avaliada com acompanhamento profissional e análises laboratoriais atualizadas.
O verdadeiro empoderamento vem do autoconhecimento
Na era da informação (e da suplementação rápida), é fácil cair na ideia de que “mais é melhor”. Mas a verdadeira saúde nasce do equilíbrio, e não do excesso.
Conhecer o teu corpo não é uma limitação —é um ato de autonomia e respeito. É o que te permite fazer escolhas com consciência e propósito, e não apenas por tendência.
Em resumo
A creatina é segura e eficaz — quando usada no contexto certo.
Pode ser contraproducente se o corpo estiver sob "stress".
A chave está na individualidade bioquímica.
Conhecer o teu terreno é o verdadeiro empoderamento em saúde.
A creatina pode ser uma aliada incrível — mas nunca substitui o olhar clínico e a escuta atenta do teu corpo.



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